quinta-feira, 19 de setembro de 2013

DAS ILUSÕES COTIDIANAS

O domingo pela manhã me levou o vento
Bateu flutuante pelas frestas, arrancando o pôster pendurado na parede da garagem.

Era vento-redemoinho
Desassossego corsário de um dia sem fim.

Era vida cotidiana.
Vida besta dia-pós-dia.

Nos encontrávamos nos momentos mais banais
As gotas cortando o asfalto
Suores respingando banalidades
dias-horas-meses-possíveis-anos de uma eternidade que quis ela possuir

Era pequena ilusão perdida
O velho Balzac martelando na cabeça;
-o título de um livro que nunca nem folheou -

Era vivência de uma possibilidade
Mais uma tentativa de um ato falho que cismava em se prolongar
-a cadência de um membro que não cessa seu movimento -

Era a perda de uma esperança
E a lembrança da fatalidade da vida

- o recordar que, sim, um dia tudo se vai -


Nenhum comentário: