sábado, 23 de janeiro de 2016

oxum escorre
riachim mindinho

escorre branda
que é pra não assustar vento

tem vezes qu'oxum escorre
é cair do cantim d'olho
escorrer bochecha

- nestes que poucos
só assusta a si mesma





sábado, 16 de janeiro de 2016

pegada na internet / não tinha crédito

nessa-assim
cabeça poesia
olhei para foto
e pensamento batendo de modo:
- (!) essa árvore merece um poema

sentimento desabado
sequência

merecimento
é coisinvencione d'humanos concorres
botar um contra outro
disputando tolices

árvore merece nada não
ela só sendo já é matéria de poesia
ela existir já é
- por si -
 própria poesia

raízes qu'insistem
a-pegadas nos solos


estraga

este estraga
não é as gentes
querendo
o porvir descompassado em tempo cronos

este estraga
é mais mesmo
quando a volta do mundo
rodopiou
dentro em nós
e cabeça das gentes
num guenta
nem pouco
do que é
nov(a)idade



sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

sopro de oyá

sopro de oyá
em
prédios:
trinca vidraças
piscar de luzes
venta fantasma
tombos

sopro de oyá
em
árvores:
raízes
ewe



terça-feira, 12 de janeiro de 2016

POÇO

e sendo
           poço

- quicante
in
verticalidade -

mergulhaguar
quedabismada
sola

do que lançado
cima
de pouco
atinge
profundeza
densa





sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

MÃOS SOLTAS

foto: Lais Borgom

deixar que mãos soltas vidas
é a mesma propulsão
d'instinto poético
de um quebranto cura
quando me pego em dolores

deixar que mãos soltas vivas
é semelhante troca simbiótica
de elemento tato
nas texturas
d'outras peles
que habitam seres tocáveis/tocantes

deixar que mãos soltas vindas
é arremate tecer
nas (entre)linhas
que se em nós criam laços
apertam costuras
estreitand'os encontros

deixar que mãos soltas vistas
é mirada renovo
qu'enxerga além de
meus olhos insones
de tanto já visto

- quando meus olhos
não quereres
d'olhar
d'o de sempre,
fica mesmo
o qu'é
toque
enxergando
em falanges
os sentires
de
todo -

porque
há mais visão
em cada traço de minhas palmas
do qu'em minha vista turva
cansada do que avista nos dias