sexta-feira, 22 de junho de 2012

PERCURSOS POETICOS NA METROPOLE - TRAJETO 7: SEM ACENTO

O vento que bate nas folhas.

Meu olhar entre elas busca a recordação de seus olhos que me miravam em um passado recente.

Por vezes, transpus as folhas, busquei o interno das seivas - frio gosmento escorrendo por entre os caules.

Olhe para mim, não abandone este momento.

A noite é plena e a ventania dispara nas luzes um raio que corta o ar ferozmente.

Quem me disse que as coisas não sentiriam o peso de um despertar novamente?
É garota Bárbara, tu pensaste que seria a última vez? Aquela que hoje recordo como a vez das esperanças perdidas?

Não. Acomode-se, ainda é cedo para horizontalizar um coração que segue pulsante.

Pulso constante, em ritmo, não congela.

No momento bate cada-vez-mais-forte-em-um-crescente-que-não-para.

Oh, estou viva! Sinto isso novamente atingindo verticalmente meu coração que por um momento pensou não-mais-nunca sentir-se assim outra vez.

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