sexta-feira, 19 de agosto de 2016

[ d e s m o n t e ]

eu parada querendo
qualquer que fosse arrebentação
que me cortasse os vazios,
os lentos,
os giros miúdos
de quando você me tem por algumas horas
e já busca significância paixão

eu devia ter dito de sempre
que este meu corpo nu em palavras
não reverbera somente nos dedos
- é contato pralém do que físico
nos sentimentos dos povos
reminiscências princípios

eu poderia ter mostrado
- em tateios
o seguir de minhas riscas
sem sabenças retilíneas
buscando alinhavos às desditas de dentro

no que tanto
só que fiz foi desvio
curvaguda arrebitada
corpo espreita feito cantoneira
de quando tornasse minúsculo
aquele imenso
início tempestá

eu tive revolver enquanto tempo passando,
comendo as fitinhas do bonfim nos tornozelos,
amarelescendo guardada lembrança quando noticiou jornal,
cariando os dentes da frente antes mesmo da chegada trinta,
pintando in-plata ondular cãs

- até no onde pude ver
carcomida cavidade de pé de mesa cupim
daquele dia que botei reparo no fato
mas você disse ser preciosismo estético mobiliar mesmo

eu tive que romper os preâmbulos criados
e rebaixar minha retorcida nuca torcicolo
pros repuxos de fios em quando
percepção-paixão me guindaste

eu tive que ser eu
porque não suporto os propósitos,
as escusas,
as beiras d'indelicadezas,
as infâmias que eu poderia dizer vir de você,
mas sei o quanto é apavoro me ver iniciantestrofes
d'competências subjetividades
{eu}
este sempre
mim
dos princípios abrindo alas d'versos

o tapa correu pro infinito
e disse ter ovulado num bum d'explosão
causando este habito-cosmos

e como fomos micropartículas desde a nascença,
descoladas do de todo,
não estranha d'eu dizer ser sujeito singular
{eu}
já que o plural foi desde o antigo
transformado em éter universal
soprado tal qual que nem mesmo nos encontramos


Nenhum comentário: