quinta-feira, 3 de julho de 2014

SUBITAMENTE


Medi todos os tamanhos
a fim de adequá-los ao que melhor me cabia.
Vivi, revi, transvi
cada retalho que se tornasse um tampo seguro às minhas medidas.

Demasiada,
fiz o justo exercício das medidas justas:
não pelos excessos,
mas somente pelo o que me cabe.

Recortei as brechinhas e cheguei à você.

Você-emenda certinha em minha dimensão.
Você-manto quente quando sopram os ventos do sul.
Você-aconchego quando me guarda, me olha, acalanta.

Costura eu com tu que o balaio agita.
Cose as arestas, apara as rebarbas.

Costura infinita de linha que não acaba,
agulha que não finda,
carretel pro além céu.

Chega juntinho que o ponto não cega.
Vem cá pertinho que o nó não é cego.

É ponto-nó firme que permanece no tempo-espaço.
Ponto fechado, apertado,
feito candor de candeeiro velho.

Por tudo,
por ora,
por tu,
é agora,
é você 21,
é mais um.

Eu,
que
sigo
nesse
balancim
bom.

Me
embala
doce
que
a
vida
é
rede.




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