terça-feira, 1 de julho de 2014

PARA WALY MARUJEIRO DA LUA

Fronteira é linha demarcatória;
Espaço-limite de um não voltar.

Mística solar que recebe os sinais do asfalto.
Racha de quente,
queima a sola,
Solo infértil de piche-concreto.

Assim meio a meio,
meia divisa - hemisfério norte -
meia divido - hemisfério é sul -
 traço riscos,
fixo territórios.

Aqui não há pecado,
A vida é fronteiriça.
Limite da espera.

_______________Cruzamos a Linha do Equador________________

Não fosse eu nascida e criada nas demarcações de meu corpo
o quanto de fronteira posso ter em minhas veias?

Fronteiro meu corpo a quem não me alcança.
No ponto fraco que sou tu não me tocas,
A fronteira está fechada,
você não me corrompe.

Mas sou fronteira-aberta a quem sinto no toque,
àquelas que bem sabem como a mim chegam,
acariciam,
me olham à espreita,
demarcam seu gosto nas riscas de meus limites.

Ser fronteira;
extremos chamando extremos,
momentos gritando por gozos,
abismos dispersos,
tiros incertos,
rabiscos diretos.

Além
traços,
mantém
riscos.
Aos
poucos
vão
se
criando
alguns
dísticos.

[escrito após assistir a "Pan-cinema permanente", direção: Carlos Nader, 2008]



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