sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Tribadismo: mas não só

crédito: Daisy Serena

"Tribadismo, mas não só. que é esse título dado ao meu segundo livro de poemas. que tribadismo é sexo tesoura roça-roça entre mulheres. que mas não só é porque não é apenas sobre com quem se deita, quem se beija, com quem se transa. que tribadismo, mas não só, é que ser sapatã anuncia um estar no mundo em busca des-referenciada do acúmulo que a heteronorma imputou sobre nossas corpas. essa que digo que é na pós-colonização de todo um Abya Yala que nem tinha aqui essas normativas não. que é ser consciente do aparato estatal e também privado a regular nosso compromisso com a gente mesma. que mas não só é porque há que interseccionar sempre o que é essa de ser sapatã; afinal, se é, ainda, indígena, negra, em situação de rua, pobre, favelada, nordestina, que não performa feminilidade, tudo isso são identidades perceptíveis a alterar os graus de violências para com as corpas, para com a gente, para hierarquizar quem morre primeiro, quem sofre mais no caminhar das ruas. estejamos atentas.

é tribadismo sim - e adoro como a gente roça, como a gente ama, como a gente se toca, como a gente fode. mas é também não só".

Esse relato faz parte da aba que a escritores Gabriela Soutello abriu no Instagram para que nós, lésbicas e bissexuais, tenhamos mais um espaço de troca. Para criarmos, juntas, referências.



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