quinta-feira, 5 de maio de 2016

[ r e v o l v e r ]

no fecha-abre de cílios
um instante bastou
na retomada d'um alembrar das antigas

enxerguei foi eu mesma
perdida de inteira
na bolinha negrume

aparição da imagem-semelhança
sem nem descontar
o que de causa indiferença

foi que preciso penetrar profundo
no que é brilho dos glóbulos
pra saber que nem sempre
a gente escapa da profundidão

digo
- das oralidades -
que não posso morar
nestes seus olhos enquanto
eles forem saudades

seus olhos perdidos no imenso das buscas
demandando
descampados sem fins

[ o que se avista aos longes
nem sempre ocorre de se alcançar
com as caminhadas ]

antes que fossem lembranças
-rastros soltos
respingando de tempos em tempos-
acumulando histórico 
pra essas gentes ter o que contar lá na frente

das parecenças que memórias
o que basta em todo
- e eu estou sim é falando do que é sempre -
é ser registro de contrapelos
emparelhado em antecedências

no fundo,
- mas, ora -
é essa gente buscamos
reconstrução fragmentária
do que é origem mesmo