corpo mais um
couraça humana desfalecida
- espancada -
- humilhada -
- arroxeada no baque
interrompida a vida
precarizada existência
é só mais uma
[ importa? ]
É queda
que é brusca,
que é rombo,
que é rombo,
que é grado,
que é soco-soca,
cassetada-cassetete,
d'instinto do ódio,
distintivo pm,
no peito colete,
no pé é a bota,
de um lado porrete,
do outro é armado.
a mesma matéria que carrega esta composição farda
também é massa capaz de receber golpe
no entanto escolha de ação é poder
e neste momento
o que esta massa-farda vê na frente
é mulher
é negra
é lésbica
[ sapatão, importa? ]
- já é suspeita em viver
padrões de gênero que não correspondem
ó
ó
ó
olha bem,
parece o que nomeiam homem
-foi revistada que nem homem
precisou foi implorar
-não me toque, polícia homem
-precisou levantar a blusa
-não sou homem, olha
desce, soca, bate, espalma
Luana gritando -para
filho gritando -para
vizinhança gritando -para
bocas gritando -para
e essa máquina violência-assassinato-preto
que não para
essa máquina arquitetada-estado
que não passa
essa máquina que tem nome
que é polícia
é só desgraça
essa máquina não graça
que tantas vidas despedaça
Luana Barbosa, assassinada pela polícia militar de Ribeirão Preto em 13 de abril de 2016,
presente, presente, presente
assim como Luana Barbosa, de Presidente Prudente,
assassinada com um tiro pela pm durante uma blitz, em 27 de junho de 2014, um dia após completar 25 anos de idade.
Não - nunca - esqueceremos.
vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=DFEqYoNwac4
Um comentário:
Aperto roxo.
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