segunda-feira, 24 de julho de 2017

...onze anos me espera...


sol quase tombado poente
nem sei que lua alumiava céu

mas para tu pouco importou
-tombo te levando fim de tarde
meio rua
no ir embora sem saber dos astros

nós casa aguardo
espera de chegança sempre
- mãos cheias produtos revenda -
para pedido d'esfiha
pois sexta-feira assim era

mãos minhas tinha kundera
insustentável leveza do ser
- livro este nunca mais retomada leitura
literatura já não mais sentido
quando d'arranco se vãos as vidas
-ida sua no repentino

de tempos idos
- e já são anos os onze -
mirar imagem das antigas
como quem cavuca nas lembranças
algo que não encontra por completo
em nervos paredes-da-mente

- parece (des)aparecido os concretos
mas ainda tem tu batendo em afetos

-tu nesse olhar 'trás dos óculos
-nessa barba esconde internos
-o rir da sanfona que nem tocava
-mas a olhava por longos
recordando em menino os desejos

por vezes retornado em lampejos
de saber que corpo pressente mais que memória

o tempo-perverso
devastou tantas lembranças
dessas que valem a vida
e emborcou espaço para
aleatoriedades várias que crio

primeira vez esta
materializo eu tu em escrita
d'um dia que nunca mais retornado em detalhes
d'uma vida que exigiu/exige corridas várias cidades

só que o tempo(também)-generoso
e é pai...
saiu poema pra tu.
que,
sim,
nem dizia em palavras
inspirações qu'eram vidas.




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