quarta-feira, 5 de abril de 2017

[ n e v r á l g i c a ]

foto: Lais Borgom

uma mulher


passe digital falange esquerda
a percorrer meridiano-mim
enquanto sou forma estendida
- raio verde a descer mar -

uma mulher

combina o que vértices em meus poros
exaltada recorre formato de dedos
apalpa o que nunca brotou de si mesma
- mas qu'é fluxo intenso nas pegas dos baques -
: contornos :

certa mulher


exalta em mangues os desvios das solas

derrotadas as águas
pisadas em que somas lamacentas
erigidas
- sibites -
descompassando os andaimes estáticos

essa mulher


que se de mim se põe rajada
- pois que é feitio da filha dos raios -
bordada em brônquios
facilitar de pulmões
ventilares nos quantos
a descer em poentes
me sacode em miudinhos
faz que pulule o que cá
anda-a-estar
esquinando pros disfarces

essa mulher


[ terrena,

gramínea,
ventre-plexo,
fervura,
nós quentes,
acordos não-ditos,
fibras nevrálgicas ]

é ela


em que do quando me topa em catárticos
:
inverto sinapses
desconjuro ligares
já que
- sabes -
dos membros
a serem costumbres
d'exercer vervial

pois que

topa o que chega
afivela pinças na lida
mãos prontas preparadas ao que-virá


que
- e l a -
nunca é recuo

como

- t a m p o u c o -
mostrou-se
ainda
aprochego


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