quinta-feira, 23 de abril de 2015

BLINDADO

viu na banca
               venda livros
comprou           
casamento blindado

leu metrô
semana toda
divulgou para as amigas

aplicou técnicas
           pílulas
          diárias

livro não barrou a bala
disparada por marido
de blindar
                        total falível

- é mais um feminicídio -

domingo, 12 de abril de 2015

MOVIMENTO ATERRO - 2. ESTALO

Fortaleza em ritmos
                         e pulsar
tambor
                               coração m'eu

Acalanto sem desesperos
               ritmados
- arcor em riste na mira-minha -

M'eu peit'aberto em
                                                fórcepsforçando
película pele
de meus nãos ossos
[seguros]
[comparsas]

São mil apitos soprando
                                  nuvens
estalar agudo
             invocando
lembrar-lembranças
                                d'un tempo nada

M'inhas mãos
                           batuques
a agarrar d'artérias
[veias]
aorta
a
bombear
              meus
                                          os sonhos imberbes

o entender qu'a vida
é [a] não ausência
m'eu balançar seguro
d'plenitude ânima


quarta-feira, 8 de abril de 2015

CONSTRUR-LÍTERA

ao saber sinestesias
eram dadàs simbolistas
lambeu beiços rimbaudísticos
flertou charles/augustanjos
riscou letras
                          qualquer coisa
esporro
                         suporte
    papel-
                       forma

no'apontar lápis
geomântrico
surgir
viu
constructo-estoico
poemermético
sem assonâncias
(a)literado
de
concretismo



vidas não valem - 2. nos

sequer
       a vida
       se
                quer-
   nos


terça-feira, 7 de abril de 2015

DESA-(R)

Desa-
bafar
o bafo escroto

Desa-
fogar
o fogo ingrato

Desa-
fetar
o feto fátuo

Desa-
rochar
a rocha crack



sábado, 4 de abril de 2015

MOVIMENTO DAS ÁGUAS - 3. M'EU

Ouviu dois raios
Além
Planaltos

Luz cortando céu azeviche
Imensas nuvens
Longínquas massas porosas - ar; quem?

Horizonte áspero
de mar revolto
Cheias
Vagas
Náufrago custeando ilhas

A pororoca astrolábio esperou q'eu
surgisse aquela noite
Eu nem curtindo os clarões
Eu nem olhando o céu visse
Eu nem querendo o de fora,
natureza ouvindo,
me molhando o todo de mim.

Agua-ardar os recifes coráticos
Volteando em cheias
M'afogando
afogos
de
de-sa-foros
asmáticos

Eu em mim era toda a de dentro
Mim eu mesma
mesm'orgulhando
mergulhos

M'eu fleumático
soprando as velas
sudestes
Timão batente
rodopiando geleiras

- o vento sul de Glauber encruzilhada -
Espera'inda cinemarte revoluzcionária