foto: Gustavo Dalle Vedove |
Olhar harpia
fina película protetora
travestindo o que em mim habita
por além d'as entranhas
[ desconhecenças todas minhas ]
tal qual camadas transpostas em águas correntes
líquidos fluídos
em cachoeirinhas mirins
dona Maria d'esplendor d'Oxum
despenca sobre minha pele
raios-jatos d'Iansã
comanda a brisa revolta
por vezes atacada em quedas
a guiar-me por onde seguir
Eu, Bárbara
nome-ventre da matriarca-avó
- mulher d'efeitos,
mulher cantiga -
Eu, Bárbara
Sincretizando a dona do raio e do vento
com santa católica,
homônima minha
O para si tocar
despencado nas delicadezas
e poesias necessárias para o fluxo contínuo
O para si tocar
não o si enquanto pronome oblíquo
mas sim tal si como o que é SE
e todas nós alterando vozes no silêncio do que se ouve.
Nesta noite o sentimento é de mais intensa gratidão.
"Gratidão por me fortalecer, por fazer com que eu me conheça, por me oferecer um conhecimento de um Brasil profundo"
Abraçar e agradecer - 15/03/2015
Bethânia encerra:
-Cinqueeenta anos de carreira.
-Cinqueeeenta.
-TEM QUE SER MULHER!
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